maio 10, 2011

Capítulo XIV

Lembra-se perfeitamente, da terceira semana de gravidez, momento em que foi novamente a Paris, na SL, claro. Foi com um amigo que tinha conhecido uns dias antes e que morava nessa cidade, na vida real, disse-lhe ele.
Depois de entrarem no “Moulin rouge”, lugar que ela desconhecia na realidade, onde beberam uns copos e dançaram, subiram ao cimo da “Tour Eiffel” e saltaram de pára-quedas.
- Ah, ah, ah, que giro, expressava-se ela ao rir-se com vontade e logo após a aterragem.
- E tu gostas, mamã doida! Eh, eh, eh, não sentes medo? Comentava o seu amigo, Combi, na brincadeira.
- Claro que gosto, e além disso, ter medo de quê? Ah ah ah, já viste alguma grávida saltar de pára-quedas, do cimo da Tour Eiffel? Vai ficar para a história!

E ficou sim, pois foi uma recordação única, divertida e bonita, porque além de “Combi”, o nome do seu avatar, ser alguém de carácter afectuoso, interessante e bom amigo era também, uma pessoa complicada, aliás, tinha os seus problemas, como toda a gente. Por vezes as dificuldades reais misturam-se em tudo e envolvem-se cada vez mais, nesta vida fascinante, coisa normalíssima, pois a vida é a mesma.
Lembra-se que foi ele quem lhe ofereceu a primeira caixa, com um belo conjunto de jóias, incluindo um colar de pérolas e uns brincos. Algo que era ainda desconhecido por ela, pois sabia comprar e aceitar, mas não abrir.
- Arrastas para o chão e abres, fácil. Dizia-lhe ele.
- Pois, tudo é fácil para quem sabe… Respondeu Alexandra, ao rir-se bastante e sozinha, para conseguir descobrir esse mistério… Claro que cada problema tem a sua dúvida, dificuldade e até a própria maneira de lidar com cada situação.
Alexandra lembra que, por três vezes, Combi deixou de lhe falar, por razões banais, mas ela sem se conformar com esse facto, tentava sempre remediar a situação. Simplesmente porque achava injusto acabar com uma amizade tão bonita e tão louca, no bom sentido, à toa. A verdade é que tudo acaba, mais tarde ou mais cedo, ficam unicamente as melhores recordações presas na memória. Porque embora, sem serem vividas ao máximo, no momento adequado e oportuno, foram aproveitados com toda a energia, intensidade e amor do momento. A relação, entre Alex e Combi, durou bastantes meses, mesmo depois do nascimento do bebé. Onde ele dizia, na brincadeira claro, que era o pai.

Várias vezes pensava: Como seria possível, todo este conjunto estar tão belo e idêntico ao real. Por vezes revoltava-se com tal facto porque, afinal, conseguiam fazer parecer reais, algumas sensações e emoções, fosse nas paisagens ou nas pessoas, mas para o seu problema de saúde, nada!... A sua doença continuava a piorar lentamente e isso era injusto. Era difícil, sentir-se obrigada a aceitar esta situação mas não via outra alternativa.
Alexandra fazia esta comparação, embora soubesse que eram situações um pouco diferentes, mas parecidas e que faziam parte da mesma existência. Era exactamente como a primeira e segunda vida, embora fossem a mesma. Pois tudo tinha a sua lógica e a própria verdade, mas inclusive a sua dúvida, fosse na vida real ou nesta utopia, onde tudo era permitido, coisas que pensava ser impossível, afinal ali tudo era possível.


Recorda-se também que na quarta semana de gravidez, Alex fez o conhecimento de duas pessoas, as quais e pelo nome, só podiam falar francês. Bertrand e Michel, os que convidou para dançar, como era seu costume, em bailes e alturas diferentes.
- Voulez vous danser avec moi? Pergunta Alex directamente ao primeiro. Só que entretanto viu uma mulher que se aproximou dele e dançaram juntos. Então, sem esperar resposta e sentindo-se um pouco embaraçada, saiu dali.
- Porque foste embora? Perguntou-lhe ele em “IM”
- Desculpa, é que eu convidei-te para dançar, mas desconhecia que já estavas acompanhado!
- Sim, por agora estou com par, uma pessoa que também acabei de conhecer, por isso não posso ir ter contigo, mas nada impede de ficarmos amigos, não achas?
- Claro que sim, podemos ficar amigos!... Respondeu Alex mais satisfeita.
- Então, marcamos encontro para amanhã? Perguntou ele depois de trocarem os seus contactos.
- Prometido… despediu-se Alexandra.
E assim aconteceu…

Entrega as decepções e tristezas ao passado, porque o presente só quer viver os agradáveis momentos que vêem do futuro.

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