maio 10, 2011

Capítulo XI

Encontrava-se com JRMA, diversas vezes dançavam, conversavam e passeavam. Onde ele lhe mostrou algumas lojas feitas por ele, tal como o recheio, fossem móveis ou objectos de decoração, onde ela comprou umas velas e almofadas, para decorar a casa. Pois foi aprendendo a pousar os objectos nos devidos lugares, aliás, todos os dias aprendia ou conhecia algo.
Embora no primeiro dia, eles trocassem a ideia de ficarem namorados, essa ideia evaporou-se, pouco depois. Alexandra veio a saber que ele não tinha mais que dezoito anos, e ela recusava-se a alimentar qualquer tipo de esperança, ainda mais agora. Sem que essa relação fosse impossível, ela dizia-se que JRMA poderia ser seu filho. Desse modo a amizade entre eles foi se mantendo, pois todos os conhecimentos são para dividir.



Alex gostava de adormecer, sempre que possível, e acordar no seu quarto da SL. Para ela era como se já fizesse parte de um conto de fadas, no qual, estava conscientemente inserida. Porque embora soubesse que tudo isso não passa de uma ilusão ou sonho, também, faz parte da vida.
Alexandra, nas poucas aulas em que participou com a sua amiga e instrutora Nyne, fez vários conhecimentos, onde a maioria era de pessoas portuguesas. Durante a meia hora em que durava a aprendizagem, algumas limitavam-se a falar o essencial. Muitas ouviam simplesmente as explicações, da professora, para observarem e construírem, como se de um desafio real se tratasse. Poucas adicionavam-na como amiga, mas sem darem tempo suficiente para a amizade amadurecer.
Alexandra evitava mentir e, por esse motivo, sentia um afastamento perante a sua pessoa. Embora sem ter a certeza se era essa a verdadeira razão, sentia-se, contudo, ignorada e claro que o seu pensamento ia logo de encontro à sua situação física. Porém, não era esse facto que a ia deter. Ela dizia-se constantemente: - Quem não me aceitar como sou, é porque não merece a minha amizade, nem o meu respeito...













Foi exactamente por esse motivo que se sentiu obrigada a dizer a verdade, sobre o seu problema, a M. Alcot. Pois queria ser justa, apesar do receio da sua reacção. Embora ela tivesse a coragem e a força, ao ser sincera, não esperava outra coisa, além de uma grande e profunda amizade. Sabia e não queria misturar a vida real da virtual, porque embora fosse a mesma, existiam sempre algumas diferenças reais sobressaindo.
Alex recorda-se que, no dia seguinte, ao conhecimento do próprio M. Alcot, verificou a sua lista de amigos, na esperança de ver o nome do seu último contacto, online, mas enganou-se. M. Alcot, o nome da sua representação era pouco provável estar ligado, sabia que ainda estava no horário de trabalho “real”.
Viu que alguns contactos, da sua lista permaneciam ligados, mas não aquele que ela mais ansiava. Depois de conversar, um pouco, em “IM”, com a pessoa que tinha mais confiança, aventurou-se em mais uma descoberta de um lindo jardim.
As referências, ou bolas, com as mais variadas posições de dança permaneciam por lá espalhadas, por entre as maravilhosas flores de todas as cores. Também, no meio das árvores, existiam as tais posições de “kiss”.
Alexandra sorriu, ao lembrar-se do homem que conhecera uns dias antes, pois gostaria que fosse com ele o seu primeiro beijo, dentro dessa segunda vida. Fora a primeira pessoa que despertou a sua curiosidade, aquele, que lhe tocou no coração.
Foi também ao pensar nele, para ficar mais bonita, que se dedicou a escolher uma nova pele, para o seu avatar. Rocky levou-a a uma loja virtual, onde ela pôde escolher à vontade. Realmente, ela sentia-se muito mais bonita, até maquilhagem continha.

Passaram-se oito dias, desde que eles se conheceram, e ela sentia o carinho sincero e a amizade duradoura, entre eles, a qual florescia, dia após dia. Essa foi a principal razão de Alex lhe confessar a realidade e assim o fez. Mas ela ficou deveras feliz quando, no dia seguinte, ele se mostrou admirado, fazendo realçar ainda mais a sua surpresa e respeito. Foi dele que recebeu a primeira rosa e o primeiro presente, um simples fio com uma cruz.
Os primeiros dias foram simplesmente maravilhosos, como num conto de fadas ou sonho, onde a alegria os unia. Sempre que possível, aproveitavam o tempo e então, dançavam, passeavam ou simplesmente saboreavam os minutos para se juntarem num beijo e conversarem sobre eles, na realidade.
Pouco a pouco, Alexandra foi-se apercebendo, vendo e sentindo um afastamento, perante ele. Notou que esta relação estava a arrefecer, mas também não esperava o contrário, pois evitava misturas e conhecia o seu lugar. “ Até aqui dentro nos fazem sentir humilhadas, é tal e qual como na vida real, mas é claro, vida há só uma”, dizia-se ela constantemente.
Foi a sua primeira desilusão amorosa, na segunda vida, o seu primeiro desencanto, sim pois era ela quem mais sofreria, com toda esta situação. Lembrava-se perfeitamente bem, como se ainda fosse ontem, daquilo que o seu amigo Rocky lhe disse logo no inicio desta aventura:
-Toma cuidado contigo, não te apaixones, pois as aventuras aqui dentro são muito intensas.
O que não deixava de ter lógica, pois a pessoa é a mesma e os sentimentos também.
- Acho que já estou preparada para tudo, mais magoada do que estou, é impossível. Além disso, se quase ninguém se conhece, na realidade… acho pouco provável, tal acontecer. Respondeu Alexandra segura de si.
- Olha que não é tão fácil como, a maioria das pessoas pensa… nem nenhum brinquedo…
- Deixa lá, também, quem é que me queria como relíquia? Eu só me quero divertir...

A verdade é que se enganou, embora tivesse o conhecimento e a sabedoria suficiente para diferenciar a realidade da ficção esse passo doera-lhe bastante. E fora a principal razão de evitar procurá-lo, por mais que ele lhe dissesse que os seus sentimentos não mudaram, Alex sentia que sim. Raramente se viam, após tal episódio, porque embora estivesse preparada para enfrentar o que viria, nunca nada era igual, nenhuma situação era idêntica. Mas ela só tinha que aceitar a escolha de cada um, pois nunca esperaria outra coisa, embora os sentimentos fossem os mesmos, a maneira de os sentir e demonstrar variavam constantemente.
Com esse pensamento optimista, Alexandra prosseguiu na busca de novas aventuras! Um pouco desgostosa continuou, no caminho que lhe estava destinado. Visitava os jardins, alguns que já conhecia, outros que ia descobrindo, e pouco a pouco, iam mudando, fosse de nome, de paisagem, de estrutura ou aspecto.
Foi conversando e encontrando-se mais amiúde, com alguns dos conhecimentos que já tinha e, inclusivamente, com outros que ia fazendo. Dançava bastante, pois era o seu passatempo favorito, além de conversar, um pouco sobre tudo.
Alexandra estava interessada em desvendar algo mais. E nos contactos que fazia achava sempre alguma coisa de diferente na maneira de dizer ou fazer as coisas, pois ninguém é igual. Conversou com diversas pessoas, mais amiúde, e viu o quanto eram diferentes, cada uma continha o seu próprio modo de encarar, esses momentos e de os viver, à sua maneira.
Ria-se sozinha, diversas vezes, pois vivia certas aventuras cómicas e agradáveis.

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