maio 10, 2011

Capítulo X

Olhava atentamente as gaivotas que passeavam sobre as águas do mar e ouvia com atenção o chamamento delas que juntamente com o ruído das ondas, cantavam em harmonia. Era um maravilhoso som que combinavam lindamente, entre eles.

- Olá, bom-dia, como vais? Ouviu ela, ou melhor, viu alguém escrever por trás dela. Virou-se e encontrou-se cara a cara, com o seu amigo, Rocky.
- Olá, desculpa, nem te vi chegar. Estava aqui tão absorvida por esta calmaria e beleza.
- Tudo bem, não importa. Vi-te aí tão concentrada nos pensamentos e nesta paisagem, que fiquei na dúvida em falar-te, mas fico contente que gostes deste sítio.
- Estava a pensar em como a vida seria fácil, se fosse assim… Ou talvez fosse um engano! Mas adiante. Que me queres mostrar?
- Queres vir ver a tua futura casa?
- Ah, ah, ah, o quê? Futura casa, achas mesmo que preciso?
- Claro que acho, porque não? Para receberes os amigos, para se divertirem e conversarem da vida, por exemplo.
- Qual delas? Pergunta Alexandra rindo mas também interessada.
- Tu sabes tão bem quanto eu, que a vida é só uma. Por isso, tens que a aproveitar.
- É verdade, estou a brincar, desculpa. Temos que gozar ao máximo cada oportunidade que nos é mostrada. Vamos lá ver essa maravilha, pois agora fiquei curiosa.
- Ah! Sempre estás interessada? Vamos lá então.
Depois de caminharem um pouco mais, nessa areia, pararam defronte da capela, onde existiam três casas idênticas, ao lado de um lindo chafariz e árvores floridas. Convidou-a a entrar numa delas e ela deu-se conta que ficou no meio de uma grande divisão completamente deserta.
- Aqui tens a tua casa, anda ver a parte de cima.
Alex seguiu-o. Após passarem a única porta de entrada subiram as escadas situadas na parte de fora da casa e que levavam ao andar de cima. Era uma outra divisão mais pequena mas com uma varanda virada para o Oceano.
- Gostas? Perguntou-lhe ele.
- Claro que sim! Um sítio lindo, com uma casa óptima só para mim, como sempre sonhei. Mas não te posso pagar, embora eu saiba que aqui se joga com dinheiro real, ainda não sei lidar com esse facto e não tenho cheta. Além da casa estar deserta, também não sei como fazer os móveis.
- Mas ninguém te pediu nada, pois não? Além disso, fui eu que a construí para ta oferecer e chamo já o nosso decorador. Assim podes escolher a mobília à tua vontade.
- Oh! Muito obrigada. Mas não era preciso, porque raramente vou parar em casa, pois o meu interesse, por agora, consiste unicamente em explorar o programa.

Dois segundos depois, apareceu o decorador. Rocky apresentou-os e despediu-se, pois como sempre o trabalho esperava-o.
JRMA era o nome do jovem construtor, que lhe mostrou diversas fotos de mobílias de quarto, para ela ter a oportunidade de escolher. Logo após esse primeiro passo, ele colocou a mobília no devido lugar. Era um quarto de casal, com uma grande cama, como Alexandra sempre ambicionou. E, para completar, colocou mais um pequeno sofá, com o padrão igual ao da colcha da cama. Alexandra contemplava todos os passos que ele dava e tentava desvendar ou perceber o segredo desse trabalho. Mas era impossível, pois via unicamente o resultado, sem ter a noção de como fora feito.
- Então que me dizes, gostas? Clicka na bola em cima da cama e deita-te, para experimentar a posição. Ela assim fez, era uma postura de simples relaxamento.
- Claro que gosto, ficou tudo óptimo!
- Pronta para continuar? Perguntou-lhe ele certo de que fizera um bom trabalho.
- Sim, vamos ao andar de baixo.
Depois de descerem as escadas e entrarem no salão deserto, JRMA começou a colocar diversas mesas e cadeiras, das quais ela escolheu as preferidas. Ao lado, foram colocados mais uns sofás vermelhos e um quadro abstracto e o salão ficou completo.
- Anda cá fora ver o toque final, uma oferta.
- Sim, que lindo… disse Alex após chegar à porta e contemplar o cadeirão que estava perto do chafariz.
Conversaram um pouco mais sobre eles, trocando seus contactos e despediram-se como amigos que já eram.

Alex regressou para dentro de casa. Primeiro experimentou sentar-se num dos sofás da sala e comentou consigo própria: Ficou tudo muito bonito, sem dúvida, mas para que quero eu uma casa aqui? Dizia-se ela, admirada mas também curiosa. Bom, vamos ver o que virá a seguir!
Depois de subir as escadas e entrar no seu quarto da “SL”. Olhou para a porta da varanda, que continuava aberta e depois para a cama com a posição de deitada. Desejou estender-se pela segunda vez, e assim fez, até parecia que esperava algo...
Quando se deu conta que Nyne, a sua amiga, lhe falava em IM. Então Alex contou-lhe a agradável novidade e deu-lhe “TP”. Estava pois, muito desejosa de lhe mostrar a casa. Assim que Nyne chegou ao destino, confessou-lhe:
- Muito bem, mas eu já sabia. Estás contente?
- Claro que sim! Adorei, mas estão habituar-me mal e depois, se eu ficar viciada? Ah, ah, ah.
- Ah, ah viciada em quê, em fazer amigos?
- É verdade, só vicia o que é demasiado e descontrolado, e eu ainda me considero estável.
- Sabes que também tenho uma surpresa, ora aprecia!
Alexandra apercebeu-se que ela colocava algo na parede do quarto, por cima da cómoda. Mas quando acabou a tarefa virou-se para Alex e perguntou-lhe:
- Que dizes desta minha surpresa, gostas?
- A minha primeira foto na SL, que giro…
Ela lembrava-se perfeitamente desse episódio. Já havia quase dois meses, na segunda vida, fora a primeira foto, no primeiro passeio e com o primeiro amigo, além de Rocky, e inclusivamente, no primeiro dia nessa aventura.

Mais uma tarde se passou e, no dia seguinte, estando Alex estendida na sua cadeira de baloiço, defronte da porta. Quando por cima dela viu algo, colorido, que voava e se recolhia na gaiola presa ao muro de sua casa. Alexandra ficou pasmada com o que acabara de ver, um lindo passarinho…
- Olá, menina… gostas-te? Viu ela escrito em IM, claro que só podia ser o seu amigo e professor da SL.
- Adorei… que fofinho…
- Então ainda bem… eh, eh.
- Ai, ai… estás habituar-me bem demais e depois vicio-me, graças a vocês, ah, ah, ah.
- Vicias-te em quê? Só se for em amizades. Era a segunda pessoa a dizer-lhe a mesma coisa.
- Pois, mas é o que dizem… e eu quero evitar misturar as duas vidas, porque embora seja a mesma, a divergência existe e nós temos que saber distingui-las.
- Deixa lá, que se formos a ver, aparecem por aí muitas coisas piores e que viciam ao máximo.
- É verdade, ah, ah, ah o saber-se controlar e aceitar a diferença é o mais importante e, se todos os vícios fossem iguais a este... nada mal… Dizia ela.

Entre o passado e o futuro, existe um intervalo, para ser preenchido…

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